domingo, 8 de abril de 2012

DÚVIDAS

A propagação da crise financeira está transformando países que antes se encaixavam no rótulo ricos em "novos pobres". Nações famosas por sua meritocracia e grande classe média, como os Estados Unidos, estão aprendendo a viver em sociedades cada vez mais desiguais-- enquanto a distribuição de renda em países lanterninha, como o Brasil, vai melhorando, embora ainda seja muito ruim. Muitos culpam a ganância do mercado financeiro pelo que aconteceu à Grécia, Irlanda, Portugal, Itália e até mesmo os EUA. Mas essa é só uma parte da história. Convém perguntar porque países como Dinamarca, Suécia, Holanda, Alemanha e outros na mesma Europa, não estão sofrendo as mesmas agruras. Grécia, Irlanda, etc, não tivesse se entregado à riqueza do crédito fácil, poderiam ter escapado da crise, como fizeram os países do segundo grupo. O mesmo vale para a nossa vida pessoal. Muitos culpam a má sorte pelo seu destino: “ah, se eu não tivesse perdido meu emprego”, “ah, se eu não tivesse sofrido aquele acidente”, “ah, se eu não tivesse me casado”, “ah, se eu tivesse me casado”… Há pessoas para quem a vida parece sorrir o tempo todo. Nada lhes acontece de errado. E isso é mais falso que uma nota de 3 reais. Há problemas na vida de todas as pessoas. A diferença está em como as pessoas estão preparadas para enfrentar os problemas que aparecem. A presidente Dilma Rousseff “ensinou” aos europeus: não aprofundem o ajuste fiscal. O Brasil fez isso nas décadas de 80 e 90, e só colheu estagnação econômica, segundo a presidente. O importante é estimular o crescimento, para o que o povo não sofra.porque a presidente comete um erro histórico dessa proporção? Ideologia. Interessa ao governo passar a idéia de que, para induzir o desenvolvimento, precisa gastar mais. E que, sem os gastos do governo, estamos todos perdidos.Se o governo consegue gastar menos, sobra mais dinheiro nas mãos dos cidadãos e das empresas. E aqui vai uma outra verdade, desta vez empírica: a iniciativa privada (portanto, nós) sabe melhor do que o Estado onde empregar o dinheiro de maneira mais produtiva. Por outro lado, se o governo gasta mais, precisa aumentar impostos ou fazer mais dívidas. Ou uma mistura de ambos. O final desse processo já sabemos: a capacidade de arrecadar mais impostos acaba, a dívida assume proporções insustentáveis, e a única saída é a inflação. É preocupante ouvir a presidente afirmando que o equilíbrio fiscal, afinal, não é assim tão importante. Que o principal é manter o crescimento econômico a qualquer custo, e que para isso o Estado deve ter licença para gastar. Essa receita pode até funcionar no curto prazo. Mas depois de algum tempo, o resultado final é calote (como no caso da Grécia) ou inflação (como no caso do Brasil). Ambos tremendamente nefastos para os mais pobres. Justamente aqueles que o governo diz querer defender.

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