quinta-feira, 21 de junho de 2012

REBELIÃO DAS MULHERES

Quantas famílias vocês conhecem em que os rapazes são protegidos em relação às meninas? Eu conheci algumas. A garota estuda mais, começa a trabalhar cedo, corre atrás da vida e recebe pouca ajuda dos pais. Ela é tão eficiente em cuidar de si mesma que parece nem precisar de apoio, material ou afetivo. Avança sozinha. Enquanto isso, o garoto, ou garotos da casa, têm vida mais fácil. Estudam menos, demoram a buscar trabalho e moram com os pais até casar. Eles têm casa, comida, roupa lavada e, com sorte, até um carrinho. É uma situação muito comum na classe média.

Sempre achei que esse tipo de tratamento especial em favor dos garotos era um caso de Édipo descarado. As mães amam tanto seus meninos que não conseguem evitar protegê-los e mimá-los. É uma compulsão. Eu sou filho caçula, sei do que estou falando. Ao mesmo tempo, sempre me pareceu que essa proteção tinha uma justificativa prática. Nessas casas, os meninos eram mais lentos que as meninas, pareciam precisar dos cuidados que recebiam. É como se as mães intuíssem uma fraqueza e apoiassem quem precisava delas. Quem é forte ganha o mundo, quem é fraco ganha um carro e uma mesada. Faz sentido?
As famílias parecem estar preparando melhor as meninas do que os meninos para lidar com o mundo. Por alguma razão, há mais indulgência com eles, e os resultados estão por aí. Muitos homens chegam aos 30 anos achando que a vida é uma balada. A maioria das garotas entra nos 20 sabendo que a vida é uma corrida. Elas podem estar ressentidas com a situação, a relação delas com a mãe pode ser um desastre, mas isso não deve impedi-las de fazer mais com a própria vida, de chegar mais longe. Se elas quiserem e se houver justiça, claro. Mas isso é outra história.

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