Nunca entendi o tal medo da coleira que os homens têm.
Nunca. Perguntem-me sobre esquizofrenia, fobias, distúrbios do sono e posso
apontar-lhes algumas explicações, mas nunca, nada que envolva a aversão
masculina à bola de ferro imaginária pareceu apresentar alguma lógica para mim.
Quem, geralmente, inicia um relacionamento atribuindo a ele
o título de “namoro” é o homem, porque ele quaaase sempre é quem faz o pedido;
a mulher concorda e pronto: temos um casal namorando! Acontece que no momento
do pedido é o sujeito quem amarra a bola de ferro imaginária no próprio
tornozelo (e no da guria!)... a tal bola com a qual passará a travar grandes
batalhas durante todo o relacionamento!
Basta um comentário maldoso do amigo: “tá na coleirinha,
hein?” para que o rapaz reaja tooodo defendido “não, não, coleira nunca!”
E aí, como se devesse afirmar os limites de sua liberdade, o
homem nega, tenta provar a todo custo que não é controlado pela “patroa”, que
não é pau mandado nem adestrado e rebela-se. Mas vamos retornar às origens das
coisas...
Se tudo começa com a mãe, a lógica deve ser por aí, né?
Então eles tiveram uma figura feminina que exercia certa (talvez até
traumática) autoridade em suas vidas, que lhes ensinou condutas e que,
persistentemente, tentou botá-los na linha para seguirem-nas. O.k.! Mas se você
NÃO é mãe dele, isso já deveria ser um bom começo... ou não?
A segunda coisa a se observar bem é o relacionamento dos
pais; se o cara cresce vendo a mãe ser a dominante na relação e o pai sendo o
Sr.Banana claaaaaaaaaaaaaaaaro q ele se sente ameaçado por uma figura feminina
e então “amarrar o burro” seria sinônimo de repetir essa relação.
Aqui cabe a reflexão: mas não há uma escolha quando o cara
torna-se Banana? Quando a mulher fala “pula” e ele só pergunta em qual altura?
Cada um assume o papel que bem quer...
E ainda, um terceiro elemento que não poderia ficar de fora
do post é: há uma cisma masculina de que mulher quer compromisso a todo custo.
Acham que o tabuleiro do nosso jogo sempre tem em vista uma aliança dourada e
uma cozinha com geladeira de inox, e bom, minhas caras, nós sabemos que não é
bem assim. Ás vezes queremos (um dia, quem sabe) às vezes queremos bastante
(mas não morreremos sem isso), às vezes não queremos de jeito nenhum, mas
sobretudo, querendo compromisso ou não, as mulheres também tem uma vida e metas
que não se focam só em relacionamentos, mas na VIDA.
Acho que é nisso que o medo da coleira reside, no medo de
deixar de ter uma vida por estar com alguém. O medo de que alguém roube seu
amado espaço, seu tempo para fazer as coisas agradáveis e prazerosas que fazem
com que cada um se sinta mais vivo.
Mas colocar limites ou não, conversar sobre isso, delinear a
fronteira entre o que é vivência a dois e o que é dependência e invasão fica a
cargo do casal. Tendo isso esclarecido, o medo se torna irracional e a bola de
ferro imaginária tem tudo para sumir.
Parabéns!!!!!!
ResponderExcluirAdorei a postagem, ri pra caramba, tem senso de humor,gostei muito.
Isso mesmo, temos medo de perder a nossa liberdade e mostramos os dentes tal qual os cães quando nos perguntam para onde vamos e que horas vamos voltar.
A vida é muito boa para carregamos grilhões!
Quem ama respeita a individualidade.
Essa regra cabe para os dois viu?
Um abraço
Gemária Sampaio