Acontece com tudo mundo, não há como negar. Um dia você
encontra aquele rapaz belo, forte, inteligente, graduado em duas faculdades ou
aquela linda mulher dos sonhos de sua mãe. Isso mesmo, aquela moça de família, que
conhece de moda, política, discute religião, assiste futebol, curte um bom filme e adora um vídeo de rock para relaxar. Perfeito, não? Mas há um detalhe: ela
mora do outro lado da cidade, do país, do planeta, da galáxia. E agora, o que
fazer se ainda não inventaram o teletransporte?
Há quem
acredite que o amor à distância é furada. Para os mais céticos, eu pergunto o
que é melhor para abrasar um fogo: uma tonelada de toras ou um pouco de vento?
Assim como o vento ao fogo, a distância só inflama o amor. Ela o torna forte,
robusto, fervoroso, interessante. A distância é o catalisador do amor. Ela
acelera o seu crescimento e faz com que se conheça a sua verdadeira identidade.
É fácil amar o belo que mora na casa ao lado. Difícil é namorar o desajeitado
do município vizinho.
Mas aí o fulano pergunta: "Vocês se verão quando?" A Mariazinha, aquela encalhada do seu trabalho, questiona: "Você não tem medo de ter mais chifres que um
alce?" Você não sabe o que dizer, mas é bem simples. Se traição fosse
questão de distância, não se iria com a vizinha piriguete para a cama da
esposa. Se ter contato físico constante fosse indispensável ao amor, não
haveria tanto casal mal se o olhando um na fuça do outro. O amor é feito do
invisível. Ele quebra todas as barreiras e paradigmas, extrapola o que é
aceitável. Então, cara pálida, você já sabe o que responder. Usar distância e
traição como desculpa para não iniciar uma relação é coisa de gente abitolada e
encalhada.
Aí você toma
coragem, vence os preconceitos e começar a namorar o Pedrinho, esse mesmo, o
que mora lá na Indonésia. Passam-se dois dias, três, uma semana e a saudade
começa bater à porta. Bater não, arrombar a porta. O desespero vem a galope e
se torna insuportável ficar longe dele. Para variar, a Setembrina, aquela tua
amiga que está até com teia de aranha na língua, diz: "Parte para outra.
Quem te garante que ele não está matando a saudade e carência com qualquer
uma?" E é verdade, quem te garante? As pessoas são falhas, mas quando se
ama, confiança e respeito são indispensáveis. Só o amor é capaz de vencer a
saudade e o medo. Só o amor é capaz de vencer a insegurança e língua grande da
sua amiga intrigueira. Só o amor supera tudo.
Então, se te
aparecer aquela gata no estilo Megan Fox com cérebro de Kara Cooney, mas que mora
lá no Oriente Médio, desencana é vá atrás do que se quer. Para quem ama, a
menor distância entre dois pontos é um coração.
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