Não faço filosofia mas tenho dois professores filósofos mas
acho que eles não sabem disso Esses professores nos estimulam o tempo todo a
pensar e acabamos deparando com gente importante para nossa formação como a
filosofa Hannah Arendt
Cinquenta anos atrás, o livro "Eichmann em Jerusalém -
Um Relato sobre a Banalidade do Mal", de uma professora de filosofia
chamada Hannah Arendt, desencadeou uma tempestade. Entre a
intelectualidade no mundo, o livro
provocou, nas palavras do críticos"uma guerra civil", suscitando
discussões e azedando amizades de muitos anos.
Além disso, vendeu mais de 100 mil exemplares e transformou
o modo como as pessoas enxergam o Holocausto.
Em maio de 1960, Adolf Eichmann --um dos últimos líderes
nazistas do alto escalão ainda vivo, que tinha fugido para a Argentina após a
guerra-- foi sequestrado e levado de avião a Jerusalém e julgado por crimes
contra a humanidade. Hannah Arendt cobriu o julgamento e depois escreveu um
livro bombástico
Ela apresentou dois argumentos provocantes. O primeiro foi
que Eichmann não teria sido o maligno organizador dos campos de extermínio, mas
sim um burocrata medíocre, "não um monstro", mas "um
palhaço". Veio disso o subtítulo "a banalidade do mal".
O segundo foi que os chamados "conselhos judaicos"
na Alemanha e Polônia foram cúmplices no assassinato em massa. Eles ajudaram os
nazistas a arrebanhar as vítimas, confiscar bens e os enviar para os campos
onde morreriam.
Já o filme de Hannah
Arendt é sublime. Um relato conciso e fiel da vida da filósofa, centrado no
caso no livro Eichmann. A atriz que vive Arendt é ótima. A narrativa é muito
boa, não cansa. Mas o espetacular é dizer que Hannah quis fazer a
reportagem/livro. A obsessão de Arendt é a minha: explicar o mal. Tenho
colocado minhas energias inteiras nisso, tanto ao grande mal quanto àqueles do
cotidiano. Não é possível falar do mal sem falar das grandes guerras, do
nazismo e do comunismo. Ali forças cósmicas interagiram para maximizar o mal
É especialmente sensível em Hannah Arendt sua visão de que o
mal está tanto do lado dos opressores como das vítimas. Sofreu calúnias por
isso. Não obstante a genialidade de Hannah Arendt, ela falhou ao explicar a
origem do mal. E, pior, perdeu-se na proposição de como preveni-lo. Sua ideia
dos direitos humanos como meio de prevenção é romântica e errada. E fraca.
Vemos hoje esses direitos serem transformados em opressão como o bolsa familia.
Na verdade, a ideia de direitos humanos fundada no jus-naturalismo é parte do
problema. Está na gênese do mal político. O mal é o Estado moderno. Não podemos
compreender nem o nazismo e nem o comunismo sem que estudemos a verdade
histórica.
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