Sou cheio de manias. Tenho carências insolúveis. Sou
teimoso. Hipocondríaco. Raivoso, quando sinto-me atacado. Sofri uma agressão por um dentista que
traiu o juramento de Hipócrates não importa onde e não importa o motivo.
Fui agredido. Fisicamente. Em público. E repito. Pessoas não podem ser
agredidas, não importa a situação. Não sou indiscreto nas minhas relações. Tenho poucos
amigos, porque acho mais inteligente ser seletivo a respeito daqueles que você
escolhe para contar os seus segredos. Então, se sou chato, não incomodo ninguém
que não queira ser incomodado. Chateio só aqueles que não me acham um chato,
por isso me querem ao seu lado. Acho sim, que, às vezes, dou trabalho. Mas é
como ter um Rolls Royce, se você não quiser ter que pagar o preço da
manutenção, mude para um fusca.
Eu devo reconhecer que ninguém me conhece. Não realmente. Os
que mais sabem não sabem da metade. Não deixo todos os segredos escaparem de
mim, não mesmo. Uma delicadeza com os outros.
Uma das minhas crenças que detesto essa mania de
processar-todo-mundo-por-qualquer-coisa. Bem típico de aluno de Direito, acho meio patético.. Tipo, cresce, cara, vai ficar com esse discurso?
Hoje eu penso de maneira diametralmente oposta. Eu sou super.
a favor de processar todo mundo, por tudo. Isso começou até por questões de
posicionamento pessoal mesmo, porque hoje eu acredito inabalavelmente de que
nossas ações individuais podem sim mudar o mundo.
Qual seria o único meio viável para que se consiga
alterar o sofrimento que o outro nos provoca? produzir monólogos interiores,
permitir que suas ideias se limitem a mesa do jantar? O estudante de direito,
antes mesmo de assentar-se em uma cadeira de universidade e permitir-se ser
bombardeado por leis, doutrinas e jurisprudências, tem de possuir o senso de
justiça.
É por isso que eu
ando de bike (não tanto quanto gostaria, mas sempre que posso) mesmo que o
resto do mundo seja motorizado, é por isso que eu não como carne mesmo que o
resto do mundo coma, é por isso que eu não jogo chiclete mascado no chão mesmo
que a Rua esteja forrada deles. Não podemos ficar quieto passivamente, Diante
de coisas que optamos por defender mesmo que sejamos uma voz solitária. Foi
mais ou menos assim que praticamente todas as grandes mudanças no mundo
aconteceram, e espero que assim continue sendo.
Já deixei de buscar reparos em situações porque achei que o
estresse não valeria a pena. Talvez não valha mesmo, talvez algumas demandas
sejam tão exaustivas que nem valem a possível sentença favorável. Mas hoje,
estou no mundo para incomodar.
Então, assim como em todas as minhas decisões de militância
individual, eu espero que, de processo em processo as pessoas e quem quer que
seja aprenda a medir melhor a extensão dos seus atos. tentar
proporcionar àquele que procurar a ‘justiça’ um pouco de brilho nos olhos, vale
sim o esforço de repente, numa dessas, a médio ou longo prazo, as coisas
melhorem.
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