quarta-feira, 29 de setembro de 2010

REFLEXÃO SOBRE O CIÚME



Estamos chegando ao dia das eleições, dia em que exerceremos o nosso mais importante papel em relação a nossa participação na sociedade e na defesa dos nossos direitos, ocasião em que temos a oportunidade de manifestar concretamente nossas expectativas e indignação com relação a política e aos políticos que aí estão, pois embora seja relevante discutir e expressar em palavras nossas opiniões sobre o que está certo ou errado em nossa organização política e social, são nossas ações que realmente contribuem para melhorar nossa sociedade.
Bem, mas embora reconheça a relevância da discussão política, hoje vou me dedicar a outro tema, um tema que tem estado muito presente em meus pensamentos e divagações, estou aqui para falar de ciúmes. Dizem que “quem ama sente ciúme”, mas também há aqueles que defendem que “quem ama confia”. Acredito que o ideal é que haja um meio termo entre o medo de perder a pessoa amada e a capacidade de confiar não somente nela, mas acima de tudo, em si mesmo.
O dicionário Aurélio define a palavra ciúme como “1. Sentimento doloroso que as exigências de um amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade fazem nascer em alguém zelos. 2. Emulação, competição, rivalidade. 3. Despeito invejoso; inveja. 4. Receio de perder alguma coisa; cuidado, zelo.
Assim, considerando os aspectos preponderantemente negativos desse sentimento, e acreditando que seja possível minimizá-los encontrando um ponto de equilíbrio, talvez possamos crer que haja uma maneira eficiente de lidar com ele sem destruir o relacionamento, pois ciúme demais sufoca e ciúme de menos pode aparentar descaso ou indiferença.
Nesse caso, cada pessoa ou o casal precisa refletir sobre qual a dose ideal de ciúme, a fim de não transforma a vida de ambos ou de quem se deixa engolir por ele num verdadeiro INFERNO!
Muitas vezes confundimos sentimentos como apego, insegurança, falta de autoestima e possessividade com ciúme, por isso precisamos olhar para dentro de nós mesmos e reconhecer o que realmente precisa ser trabalhado antes de conseguir vencer os ciúmes em excesso. Diametralmente no sentido inverso, o medo de se entregar, de demonstrar amor ou de se sentir “nas mãos do outro” também pode servir de diagnóstico para quem adota a postura de que não está nem aí para o que o outro faz ou deixa de fazer.
Nesse sentido, entendo que, sobretudo para quem quer realmente ser feliz no amor, antes de nos sentenciarmos como ciumentos irremediáveis ou, ao contrário, imunes a este sentimento, devemos tentar tirar proveito da situação para amadurecer e aprender a não sofrer tanto e nem a se defender tanto.
Com certeza, quem ama sofre se para amar precisa passar cada minuto de sua vida tentando controlar os pensamentos, as escolhas e as atitudes de outra pessoa, porque isso acaba sento impossível, e acaba só servindo para desgastar, estressar e frustrar os sentimentos dos que estão envolvidos.
Da mesma forma, aqueles que se julgam indiferentes também sofrem, porque se realmente gostam de alguém, mas não se permitem viver esse sentimento, demonstrar seu amor, certamente estarão reprimindo o seu melhor em função de uma autoproteção sem sentido.
Assim, quando nos relacionamos com alguém, sempre ficamos sujeitos ao ciúme ou à defesa. Por isso, acredito que ao invés de se culpar ou tentar ser diferente, devemos nos perguntar se essa relação nos faz sentir melhor ou pior? Serve como incentivo para nos fazer tentar superar nossas dificuldades pessoais ou serve como obstáculo, nos motiva ou nos paralisa?
São essas as perguntas que precisamos nos fazer para investir ou não nessa relação, e se a resposta for positiva, acredite que o que melhor define o dilema do ciúme é: “quem ama cuida!”. E cuidar significa ouvir, compreender, falar, demonstrar afeto, dar espaço ao outro e, além de tudo isso, saber olhar para si mesmo e reconhecer quando é hora de buscar ajuda para aprender a lidar com aquilo que não está te agradando!

Cristiane

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