Se você vai dividir a casa com uma mulher que trabalha, seja pelo
casamento ou por qualquer outra espécie de arranjo (ela pode ser sua namorada,
sua amiga ou sua irmã), tenha o cuidado, antes de cruzar o batente dela ou
permitir que ela cruze o seu, de acertar quatro coisas com ela: Quem vai lavar
a louça, quem vai fazer as compras, quem vai arrumar a casa e quem vai cozinhar
Na noite de sexta-feira, quando
você chegar em casa a fim de um romance, sua mulher vai lembrá-lo que a coisa
mais importante da vida de vocês é a louça de três dias na pia da cozinha – ou
a lista de compras colada há três dias na porta da geladeira, ou a roupa que
você há três dias esquece de tirar da máquina. E faz todo sentido.
Se a sua mulher trabalha, o
assunto mais importante da vida conjugal dela é aquilo que você faz ou não faz
em casa – e não estou falando de sexo. O que vai definir a paz doméstica é a
sua capacidade de dividir os trabalhos domésticos. Se você não for para pia e
para a feira, está condenado a bater boca com uma frequência intolerável, e não
há romance que resista a uma briga por semana. Meu pai nasceu em 1930 e
não gostava que a minha mãe trabalhasse fora. Eu nasci em 1966 e desde que
fiquei adulto nunca namorei uma mulher que não tivesse ocupação. Meus filhos,
que nasceram nos anos 1980, terão o direito de ver o jogo do time deles na TV
enquanto a mulher deles lava a louça? Duvido. Só se o relógio andar para trás e
o mundo for retomado pelos felicianos.
Uma das medidas mais constantes do avanço civilizatório é a expansão dos
direitos da mulher. Há 50 anos, as mulheres Conseguiram sua
emancipação. Agora, no início do século 21, exigem que nós também trabalhemos
dentro de casa - e conseguirão da mesma forma, provavelmente em menos tempo. É
uma simples questão de racionalidade e de justiça. Pense no fim da servidão
doméstica de metade da humanidade.
Minha mãe pedia ajuda em casa e
eu fingia de surdo, enquanto as minhas irmãs cooperavam. Nunca aprendi a
cozinhar. Agora, um bocado mais velho e talvez um pouco mais sábio, tento
mudar, mas é duro alterar os hábitos de uma vida. A divisão das tarefas
domésticas ainda é o motivo de sete em cada 10 discussões na minha casa. Não
discuto SE, discuto QUANDO e COMO fazer o que tem de ser feito, mas ainda
discuto. Melhor seria aprender a fazer rápido o que tem de ser
feito: lavar a louça, lavar a roupa, cuidar da casa e cozinhar.
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