domingo, 12 de janeiro de 2014

A MULHER DOS NOSSOS SONHOS

Angelina Jolie tinha tudo para ser apenas mais um sex-symbol. Sem muito esforço, ela já cumpre todos os pré-requisitos para a posição: gostosíssima, charmosa, olhos expressivos, personalidade e os lábios mais deliciosos da raça humana. Pronto. Não precisaria fazer mais nada para faturar os seus milhões de dólares, animar os banhos de adolescentes tarados e preencher as páginas de revistas de fofocas. Só que a patroa do Brad Pitt quebrou o protocolo e desceu do pedestal. Angelina se humanizou. Entre um filme e outro, Angelina teve a audácia de se envolver em temas mundanos. A atriz se embrenhou em cafundós africanos, levantou bandeiras políticas e correu o Terceiro Mundo se envolvendo em causas humanitárias.Ficou ainda mais influente e assumiu o cargo de embaixadora da ONU, matando de inveja muitas musas de porcelana. E não parou por aí. Nas suas viagens, ela poderia trazer um postal ou um imã de geladeira, mas levou para casa bebês  de várias nacionalidades e etnias. Angelina praticamente criou a versão baby dos Black Eyed Peas.
E quanto todo mundo imaginava que a filha do Jon Voight já tinha aprontado todas as suas (belas) presepadas, eis que ela vem a público e declara fez uma dupla mastectomia para reduzir as chances de ter um câncer de mama. Até então, eu nem sabia o que significava a palavra “mastectomia”. Descobri e fiquei estarrecido.
Carajo, rapaz! Angelina Jolie arrancou os peitos. Minha esposa fica bolada quando corta a franja, imagina decepar os seios.
Pois é, pensei assim mesmo. Minha musa tirou os seios que já deram de mamar a seis filhos e alguns maridos. Rapidinho, algumas figuras sugeriram um golpe da Angelina para aparecer. Caceta, e desde quando ela precisa fazer uma bizarrice dessas para ganhar espaço na mídia? Se ela entrar na fila do açougue, já vira capa de alguma revista Contigo da vida. 
A revista Contigo ainda existe? Quando eu era pequeno, eu conhecia a Contigo, a Amiga e a Manchete. “Aconteceu, virou Manchete”.
Exagero, descalabro ou maluquice, a atitude da nossa heroína foi corajosa ao extremo. Alguém que vive da própria estética se sujeitou a uma mutilação feroz. Sei que ela colocou próteses, mas não deve ser a mesma coisa. Só sei que, mais uma vez, ela fez o que julgou correto.
E você sabe o que eu concluo dessa história toda? Perdoem-me o atrevimento, mas afirmo que Angelina é o maior símbolo feminista desta segunda década do século XXI. É musa, mas arregaçou as mangas e assumiu posições diante de questões internacionais. Mais que isso, foi além dos discursos de ar-condicionado e visitou países que eu não saberia nem localizar nomapa - e ainda arrastou o maridão e a prole nessas peripécias. Foi rebelde, ganhou um Oscar, continuou gostosa, tirou os seios e se expôs como pouquíssimas. Angelina é uma força da natureza e exemplo para mulheres que ainda ficam de mimimi quando quebram a unha.
Mal e porcamente comparando, acho que Angelina está fazendo em nosso tempo um estardalhaço equivalente ao que fizeram Leila Diniz, Simone de Beauvoir, Luz del Fuego, Lady Diana Spencer, Madonna  em suas respectivas épocas. Que bom!
permita-me um rápido e sucinto esclarecimento final: Angelina é foda e o resto e moda.

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