Angelina Jolie tinha tudo para ser apenas mais um
sex-symbol. Sem muito esforço, ela já cumpre todos os pré-requisitos para a
posição: gostosíssima, charmosa, olhos expressivos, personalidade e os lábios
mais deliciosos da raça humana. Pronto. Não precisaria fazer mais nada para
faturar os seus milhões de dólares, animar os banhos de adolescentes tarados e
preencher as páginas de revistas de fofocas. Só que a patroa do Brad Pitt
quebrou o protocolo e desceu do pedestal. Angelina se humanizou. Entre um filme
e outro, Angelina teve a audácia de se envolver em temas mundanos. A atriz se
embrenhou em cafundós africanos, levantou bandeiras políticas e correu o
Terceiro Mundo se envolvendo em causas humanitárias.Ficou ainda mais influente
e assumiu o cargo de embaixadora da ONU, matando de inveja muitas musas de
porcelana. E não parou por aí. Nas suas viagens, ela poderia trazer um postal
ou um imã de geladeira, mas levou para casa bebês de várias nacionalidades e etnias. Angelina
praticamente criou a versão baby dos Black Eyed Peas.
E quanto todo mundo imaginava que a filha do Jon Voight já
tinha aprontado todas as suas (belas) presepadas, eis que ela vem a público e
declara fez uma dupla mastectomia para reduzir as chances de ter um câncer de
mama. Até então, eu nem sabia o que significava a palavra “mastectomia”.
Descobri e fiquei estarrecido.
Carajo, rapaz! Angelina Jolie arrancou os peitos. Minha esposa fica bolada quando corta a franja, imagina decepar os seios.
Pois é, pensei assim mesmo. Minha musa tirou os seios que já
deram de mamar a seis filhos e alguns maridos. Rapidinho, algumas figuras
sugeriram um golpe da Angelina para aparecer. Caceta, e desde quando ela
precisa fazer uma bizarrice dessas para ganhar espaço na mídia? Se ela entrar
na fila do açougue, já vira capa de alguma revista Contigo da vida.
A revista Contigo ainda existe? Quando eu era pequeno, eu
conhecia a Contigo, a Amiga e a Manchete. “Aconteceu, virou Manchete”.
Exagero, descalabro ou maluquice, a atitude da nossa heroína
foi corajosa ao extremo. Alguém que vive da própria estética se sujeitou a uma
mutilação feroz. Sei que ela colocou próteses, mas não deve ser a mesma coisa.
Só sei que, mais uma vez, ela fez o que julgou correto.
E você sabe o que eu concluo dessa história toda? Perdoem-me
o atrevimento, mas afirmo que Angelina é o maior símbolo feminista desta
segunda década do século XXI. É musa, mas arregaçou as mangas e assumiu
posições diante de questões internacionais. Mais que isso, foi além dos
discursos de ar-condicionado e visitou países que eu não saberia nem localizar
nomapa - e ainda arrastou o maridão e a prole nessas peripécias. Foi rebelde,
ganhou um Oscar, continuou gostosa, tirou os seios e se expôs como pouquíssimas.
Angelina é uma força da natureza e exemplo para mulheres que ainda ficam de
mimimi quando quebram a unha.
Mal e porcamente comparando, acho que Angelina está fazendo
em nosso tempo um estardalhaço equivalente ao que fizeram Leila Diniz, Simone
de Beauvoir, Luz del Fuego, Lady Diana Spencer, Madonna em suas respectivas épocas. Que bom!
permita-me um rápido e sucinto esclarecimento
final: Angelina é foda e o resto e moda.
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