segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O PODER DA SÍNTESE


Sou cheio de manias. Tenho carências insolúveis. Sou teimoso. Hipocondríaco. Raivoso, quando sinto-me atacado. Não como cebola. Só ando no banco da frente dos carros. Mas não imponho a minha pessoa a ninguém. Não imploro afeto. Não sou indiscreto nas minhas relações. Tenho poucos amigos, porque acho mais inteligente ser seletivo a respeito daqueles que você escolhe para contar os seus segredos. Então, se sou chato, não incomodo ninguém que não queira ser incomodado. Chateio só aqueles que não me acham um chato, por isso me querem ao seu lado. Acho sim, que, às vezes, dou trabalho. Mas é como ter um Rolls Royce, se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para um fusca.
Eu devo reconhecer que ninguém me conhece. Não realmente. Os que mais sabem não sabem da metade. Não deixo todos os segredos escaparem de mim, não mesmo. Uma delicadeza com os outros, eu diria, pois não quero assustar as pessoas com meu passado. Em especial aquelas que continuaram gostando de mim após o pouco que souberam. Mesmo porque aquela, que fez aquilo, nao está mais aqui.
Detesto cheiro de mofo, casa velha e cachorro mal cuidado, mas me pergunto quem gosta destas coisas? Isto não é uma exclusividade minha, não é mesmo? Notei que nós brasileiros nos acomodamos com essa vida medíocre, nos contentamos em apenas tornar público o que não gostamos, ninguém faz mais manifestação, abaixo assinados, o que, diga-se de passagem, acho uma babaquice. As pessoas da minha geração que curtiram os anos oitenta e noventa, foram privilegiadas pegaram a Internet no começo e as informações que recebiam ainda eram completas.
Essa geração do funk e do sertanejo universitário não sabe que bandeira levantar, são pessoas que como a maioria desse país, não tiveram um ensino de qualidade e deram de cara com a Internet, pegam uma coisinha aqui e ali como papagaio repetidor, não sabem profundamente sobre nada só ficam na superfície esperando a próxima onda. O Presidente fala errado, vamos todo mundo falar erraduuuuu. Essa é a onda desse momento.
O MEC lançou a gramática do Lula para emburrecer mais ainda nossa pobre educação, outro dia vi uma senhora falar que nunca ouviu o Lula falar errado, quase brinquei com ela dizendo que quem fala elado a Mônica ou o Cebolinha, mas com certeza ela não iria entender o que eu estaria falando, se ela entende o Lula … Estudantes são chamados para lecionar nas escolas e quem detém algum conhecimentos é considerado inovador e visto como profeta no meio da burrice coletiva.
Na verdade não percebemos que, em algum lugar dentro de todos nós, existe um Eu supremo que está eternamente em paz. Esse Eu supremo é a nossa verdadeira identidade, uniersal e divina. Se você não perceber essa verdade, dizem os iogues, estará sempre desesperado, ideia expressa de forma inteligente na seguinte frase irritada do filósofo estoico grego Epíteto: "Você leva Deus dentreo de si, seu pobre desgraçado, e não sabe

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