O anarquismo representa a libertação da mente humana do domínio da religião, A libertação do corpo
humano do domínio da propriedade, a libertação das algemas da contenção do governo,
representa a ordem social baseada na liberdade de grupos de indivíduos.
A política é cruel. Na universidade atual essa junção ocorre
em bandos diminutos que se articulam no que restou da “política estudantil”.
Formam os grupelhos de esquerda e, às vezes, também de direita – sim, o que
restou do grupo que eu comecei se contrapõe ao que restou do imbróglio tardio
de “fim do período”. É o ideal de
juventude proposto por Lênin-Stalin junto ao seu equivalente à direita proposto
por Margareth Thatcher. Esses adolescentes com hormônios a flor da pele e os
mais velhos com suas verdades ilusórias não querem estudar. Querem “passar”.
Querem bolsa de estudos (sim, a direita, que critica as bolsas, também as
quer!). Querem o silêncio dos professores que teimam em ensinar, ou seja, os
que não compactuam com os que são pregadores ideológicos à esquerda e à
direita. Mas, antes de tudo, esses universitários querem uma coisa: a ignorância.
À direita e à esquerda, tais meninos e meninas cultivam a frase feita, o jargão
e o discurso pronto.
São garotas e garotos
com falta total de vocação para a reflexão, para o pensar, no sentido dado por
Hannah Arendt a esse termo, especialmente na introdução de A vida do espírito.
Nesse livro, Arendt mostra o nazista como o típico não-pensante, como o não
dotado de consciência. Trata-se de um tipo de burro, no qual a falta moral se
associa à falta de capacidade de decisão inteligente.
A queda de qualidade do ensino médio brasileiro e o fim dos
exames vestibulares contribuíram para que jovens sem nenhum preparo– e mesmo os
mais velhos– entrassem para as universidades, até mesmo as tidas como boas.
Assim, num ambiente em que a cooperação é a base da investigação, surgem os que
nada investigam e que são avessos à cooperação. Elas vivem individualmente
falando da necessidade de todos viverem em conjunto. Elas são pessoas que não conseguem pensar no outro,
mas que, nas poucas horas que passam na universidade. São os que fazem um
discurso cujo conteúdo elas próprias não seguem e sequer entendem: o da
ajuda-mútua. Essa cooperação vem em forma de ideia de socialista comandada pelo Estado, para as de
tendencia de esquerda, ou então aparece na forma de sistemas de mérito
aparentemente individualista, que no fundo esconde apenas o desejo de
reverenciar a hierarquia emergente no final do processo e que deve repetir
aquela já posta no início do processo, por parte das pessoas de direita.
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