Quando se trata de sexo e sentimentos, homens falam muita
besteira. reduzimos as relações sentimentais apenas a sexo, e todas as mulheres
a meros objetos de prazer. Dizemos essas coisas e rimos alto, cientes de que
aquilo não passa de teatro.
É realmente difícil, se não for impossível, falar dos
sentimentos da forma pobre como falamos e vivenciá-los de um jeito muito mais
rico. A linguagem diária masculina parece ter sido feita para abarcar o mundo
do erotismo, não do romantismo. É por isso que o sujeito se atrapalha de forma
tão óbvia quando tem de lidar com sentimentos que envolvem mais que sexo
Por isso a urgência em erguer a blusa da moça e dedicar-se
aos afazeres do sexo – é uma forma de levar a conversa a um terreno familiar e
conhecido. Para transar, ele é simbolicamente preparado a vida inteira. Para
falar de sentimentos, quase nada.
Mas será que os homens só pensam naquilo e as mulheres são
apenas românticas? Será que os homens não têm sentimentos e as mulheres não têm
tesão? Obviamente, não. Acho que homens e mulheres desejam a mesma coisa. O
problema é que fomos educados para expressar o que sentimos de formas opostas.
Os homens. Incapazes de entender as sutilezas que compõem o
desejo feminino, eles se aproximam das mulheres com um martelo e um serrote,
quando a situação exigiria um pincel e uma pluma.
Ainda bem que nem sempre é assim.
Na intimidade, no interior de uma relação emocional intensa,
que inclua confiança, as mulheres abrem as portas da própria sensualidade e se
permitem ser o que nunca haviam sido. Protegidos na mesma película amorosa, os
homens podem tirar armadura do sarcasmo e expor-se à ternura imensa que vem
antes e depois do sexo.
Num mundo melhor, isso seria mais fácil e mais simples. Os
homens seriam educados desde cedo a conviver sem inibições com a riqueza dos
seus sentimentos e as mulheres a desfrutar sem culpa dos prazeres do corpo.
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