terça-feira, 26 de abril de 2016

O PONTO FINAL




Tive uma professora de português na sétima série que costumava insistir em algo que considerava fundamental nas redações: quando e como colocar o ponto final. Não se pode, dizia ela, escrever uma frase qualquer e decretar que aquele era o fim de um texto. É preciso construir um final que faça sentido com o que veio antes, ela insistia, algo que dê ao leitor a sensação de conclusão.
Lembrei dessa professora numa conversa recente que tive  com outra professora,A situação entre ela  e  sua turma tinha subido alguns tons acima e resolveu por fim nesse embate deixando de lecionar para esta turma.depois desse breve hiato ela tomou uma decisão
Assim como a minha professora, prefiro pontos finais elegantes. Mas sei, por experiência própria, que às vezes somos tentados – e levados por emoções conflitantes – a agir de forma abrutalhada. Podemos rir ou chorar do teatro da vida dos outros, mas para mim é claro que todo ponto final tem que ser coerente com a propria historia,Sempre será indelicado desaparecer ou mandar um adeus e não voltar nunca mais pra olhar na cara desses ingratos
Sempre será mais madura e mais humana uma conversa frente a frente, com alguma espécie de encerramento. Mas é fácil antecipar, pela forma de agir do outro, quando não haverá esse momento.Se a vida não oferece um ponto final, talvez esteja dizendo que aquilo que nos aborrece não passou de uma vírgula.

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