segunda-feira, 12 de junho de 2017

INIMIGO INTIMO

Ninguém é capaz de nos ferir como aqueles que nos amaram. É comum que ex-casais tenham conversas destrutivas. Todo cuidado anterior em proteger e cuidar se transforma em seu oposto. O ressentimento irrompe de forma inesperada e torna as conversas impossíveis. Tudo que foi calado e reprimido é posto para fora ao menor pretexto. Quando esse clima de acerto de contas se instala, há pouco espaço para afeto ou compreensão. Às vezes, somos obrigados a nos defender de quem teve acesso a nossa intimidade. Um dia a pessoa está dentro da nossa vida, na posse dos nossos segredos. No outro está fora, usando o que sabe para nos atingir. É difícil lidar com isso. Afinal, quando se está apaixonado, a confiança é total. A gente divide a mente e o coração sem medir palavras. A gente erra e acerta juntos. Não imaginamos que atos e palavras serão usados contra nós no futuro, mas algumas vezes são. Uma vez que não há como se precaver contra esse tipo de traição emocional – afinal, sem confiança e entrega não há relacionamento que preste –, a gente tem de lidar com os fatos consumados e suas consequências. É aí que entra a história da pedra. Se alguém desce tão baixo a ponto de nos atacar com uma confissão colhida em nossa cama, não devemos permitir que nos atinja. É lixo, é pedra, é nada. E a pessoa que faz esse tipo de acusação e usa esse tipo de informação tampouco vale muito. Melhor desprezá-la.

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